Olho pela janela, chove tanto lá fora! Pergunto para mim mesma se o tempo estará em sintonia comigo! Vejo a luz do luar a penetrar o meu quarto como se me quisesse abraçar. Pergunto mais uma vez, porque raio está a chover! Sentirá o céu o pesado infortúnio dentro de mim? Será a chuva aquela aliada que tanto procuro, que tanto quero identificar como amiga?
Estará o céu ligado a mim de tal forma que o meu estado de espírito influencia o tempo?
Sento-me a olhar pela janela, a noite tardou mas chegou, acendo um cigarro, olho para o vazio e suspiro. Ai como se sinto cansada! Cansada de sentir, cansada de pensar, cansada de sofrer, cansada de existir, cansada de esperar, cansada de suspirar, cansada de chorar, cansada de pedir em silêncio ajuda, cansada de fingir que está tudo bem, cansada de estar cansada!
Do meu lado direito encontra-se a faca limada, será que a Verônica decidiu morrer? Ou talvez só sentir a dor daquela lamina a penetrar a carne jovem e fresca? Suspiro mais uma vez, a decisão é tão difícil! Sinto-me cansada até para tomar o raio de uma decisão! A balança de prós e contra não é assim tão equilibrada, o que custa decidir?
Decido fumar outro cigarro e como estou tão cansada, deixo a decisão para amanhã. É sempre amanhã, amanhã. Até que o amanhã se torna hoje!
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