sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Cansada

Olho pela janela, chove tanto lá fora! Pergunto para mim mesma se o tempo estará em sintonia comigo! Vejo a luz do luar a penetrar o meu quarto como se me quisesse abraçar. Pergunto mais uma vez, porque raio está a chover! Sentirá o céu o pesado infortúnio dentro de mim? Será a chuva aquela aliada que tanto procuro, que tanto quero identificar como amiga?
Estará o céu ligado a mim de tal forma que o meu estado de espírito influencia o tempo?
Sento-me a olhar pela janela, a noite tardou mas chegou, acendo um cigarro, olho para o vazio e suspiro. Ai como se sinto cansada! Cansada de sentir, cansada de pensar, cansada de sofrer, cansada de existir, cansada de esperar, cansada de suspirar, cansada de chorar, cansada de pedir em silêncio ajuda, cansada de fingir que está tudo bem, cansada de estar cansada!
Do meu lado direito encontra-se a faca limada, será que a Verônica decidiu morrer? Ou talvez só sentir a dor daquela lamina a penetrar a carne jovem e fresca? Suspiro mais uma vez, a decisão é tão difícil! Sinto-me cansada até para tomar o raio de uma decisão! A balança de prós e contra não é assim tão equilibrada, o que custa decidir?
Decido fumar outro cigarro e como estou tão cansada, deixo a decisão para amanhã. É sempre amanhã, amanhã. Até que o amanhã se torna hoje!  

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Amor platónico

Questionaram me várias vezes sobre o que vi em ti. Ninguém compreende o que tens de especial, hoje talvez nem eu saiba mais!
Talvez o ódio se sobreponha ao amor, talvez o ser racional e exato se interponha ao lado amoroso e apaixonado. Talvez o tempo me tenha mostrado que vivi um sonho e que nunca passou disso. Talvez as tuas atitudes estúpidas e supérfluas me tenham virado de tal modo a cabeça que não saiba mais o que és ou o que significas ser para mim. Talvez a vida me tenha dado uma bofetada tão grande que tenha invertido o meu olhar perante ti. Mas quando me questionam sobre ti o que me vem à memória são as tardes de amor, são os sorrisos maravilhosos que me deste, é a felicidade é a paz que me proporcionaste, o amor que me transmitias, a calma, o calor humano do teu abraço. Ai como sinto falta desse amor, desse conforto, desse calor, dessa paixão que tanta felicidade me trouxe!
Hoje, olho para o passado como mais um capítulo fechado mas solto do livro, como se não pudesse de modo algum encerrar se de vez!
Sim, amei te mais que a mim própria, amo te ainda mas não o direi mais em voz alta. Será um amor platónico que permanecerá para sempre dentro de mim fechado num cofre a sete chaves.
Quando me perguntam por ti não consigo dizer em voz alta que cada um seguiu a sua vida, muito menos que acabou para sempre! Nem a mim própria consigo admitir, quanto mais aos outros! Mas o meu subconsciente bem sabe que foi o término de uma relação que tinha tudo para ser um conto de fadas, embora não tenha passado de um lindo filme melo-dramático!
A partir de hoje, e prometo o para mim e para os deuses, quando me perguntarem por ti, direi convicta de mim mesma, que foste um belo amor mas que não estávamos destinados um ao outro.
Não direi que olhando para ti, não passas de um ser mórbido, desconhecido, que não me transmite mais confiança ou um pouco de afeto. Direi que foi um belo filme de amor que se tornou num pesadelo cheio de ingratidão, ódio, desespero e morte! Serás sempre aquele que me roubou a alma, que me levou a loucura e se tornou uma doença, serás sempre um amor platónico!

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Consolo de desconsolada

Hoje vi-te estavas maravilhoso com esse fato que te caía que nem uma luva! Não parecias tu, estavas ridicularmente bonito para a tua idade! Pensei me aproximar mas achei que era melhor não! Estava riducularmente estúpida para te dizer um olá.
Não te via há anos e senti o teu cheiro a uma distância consideravelmente longe. Esse tom de pele continua exatamente da mesma forma do que há uns valentes anos atrás. Esses lábios, continuam cor-de-rosa da mesma forma como quando lhes toquei pela última vez, esse 1,75m de altura continua exatamente com a mesma serenidade, esse corpo leve como o vento e esses olhos, aí esses olhos azuis, cor de mar, continuam a brilhar quando me veem!
Não, não me aproximei de ti! Fiquei estática, perplexa ao ver a mesma beleza em ti, ao sentir o mesmo palpitar no peito. Quando me deparei, lá estavas tu ao meu lado, em silêncio, a dizer palavras ricas e tão altas que me desfizeram em lamúrias de arrependimento.
Tocas-te, olhas-te, beijas-te, agarras-te, e tudo ficou eternamente parado. 
A minha pele congelou com o teu toque, o meu sorriso petrificou de te ver ali, a olhar para mim com a intensidade de um furação em movimento.
Que dia o nosso, que memória inesquecível essa. Foi um minuto para desolar um mundo em mim perdido.
Obrigado pelo companheirismo, pela paixão fogosa que não deixas-te esquecer, pelo toque, pelo carinho. Obrigado por veres nos meus olhos o que ninguém viu, por consolares o inconsolável, por não lamentares o perdido, por me amares da mesma forma e com o mesmo sentimento de sempre! Obrigado por tudo my friend my boy my king my little love.
     

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Fernando Pessoa

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
Mas não esqueço de que minha vida
É a maior empresa do mundo…
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
Apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
Se tornar um autor da própria história…
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
Um oásis no recôndito da sua alma…
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “Não”!!!
É ter segurança para receber uma crítica,
Mesmo que injusta…

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo…