Num turbilhão de sentimentos, num lugar onde a escuridão permanece, onde só a luz do luar é reconhecível, onde a morte é sem dúvida alguma respeitável, onde a mais íntima dor grita de forma inaudível, apareço eu, despenteada, embrulhada em metáforas supérfluas e mentiras idealistas.
Aqui sentada, suspiro para o ar abafado da noite questionando me sobre uma vida que nada mais é ou foi que um inferno gigante rodeado da mais pura das ilusões o dito e tão questionável sentimento chamado amor.
Damos tudo de nós a quem nada tem para nos oferecer, fingimos esquecer para amar e ser feliz, vivemos uma ilusão para para que a mentira não doa e no final que perde somos nós!
Que a morte venha de mansinho, que a dor transborde e nos encha de uma escuridão tão grande que nos faça esquecer a nossa própria existência. Que a solidão seja o pior ou o melhor caminho mas que traga com ela a calma que a luz nos proporcionou.
Olho ao redor, nada mais vejo que sangue e amor. A dita facada começa do nada a ser sentida, o odor deprimente e fedorento da infecção começa a cheirar e eu sem mais nada para acrescentar grito para o azul do céu e questiono a minha própria existência.
Se errei nada mais faço do que gritar perdão, se mereci nada mais faço que aceitar.
Só peço que ela chegue, só peço que ela me leve, peço dor, peço sangue, peço morte.
Vem que te aceito, vem que te idolatra, vem e por uma vez leva me deste inferno que é a terra.
Pego sem demora na pistola e sem pudor faço pum mas nem isso me alivia, nem isso leva o tormento, nem isso foge com o meu alento.
Não demores vem e leva me, foge comigo para longe mas faz me por uma vez o que te peço. Leva me para a eternidade.
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