sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Reflexão

Num turbilhão de sentimentos, num lugar onde a escuridão permanece, onde só a luz do luar é reconhecível, onde a morte é sem dúvida alguma respeitável, onde a mais íntima dor grita de forma inaudível, apareço eu, despenteada, embrulhada em metáforas supérfluas e mentiras idealistas.
Aqui sentada, suspiro para o ar abafado da noite questionando me sobre uma vida que nada mais é ou foi que um inferno gigante rodeado da mais pura das ilusões o dito e tão questionável sentimento chamado amor.
Damos tudo de nós a quem nada tem para nos oferecer, fingimos esquecer para amar e ser feliz, vivemos uma ilusão para para que a mentira não doa e no final que perde somos nós!
Que a morte venha de mansinho, que a dor transborde e nos encha de uma escuridão tão grande que nos faça esquecer a nossa própria existência. Que a solidão seja o pior ou o melhor caminho mas que traga com ela a calma que a luz nos proporcionou.
Olho ao redor, nada mais vejo que sangue e amor. A dita facada começa do nada a ser sentida, o odor deprimente e fedorento da infecção começa a cheirar e eu sem mais nada para acrescentar grito para o azul do céu e questiono a minha própria existência.
Se errei nada mais faço do que gritar perdão, se mereci nada mais faço que aceitar.
Só peço que ela chegue, só peço que ela me leve, peço dor, peço sangue, peço morte.
Vem que te aceito, vem que te idolatra,  vem e por uma vez leva me deste inferno que é a terra.
Pego sem demora na pistola e sem pudor faço pum mas nem isso me alivia, nem isso leva o tormento, nem isso foge com o meu alento.
Não demores vem e leva me, foge comigo para longe mas faz me por uma vez o que te peço. Leva me para a eternidade.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Mais uma vez desculpa EU por deixar de ser EU.

Hoje paro no tempo, olho a meu redor, sinto uma imensa dor dentro de mim e tomo consciência que tenho ou melhor devo um pedido de desculpas a alguém.
Percebo que errei, não contigo, não com ninguém que me rodeia mas nada mais nada menos do que comigo própria.
A cada segundo que passa, mais fracassada mais humilhada mais ingénua mais podre mais e mais e mais dor aparece dentro de mim. Como me afastei dos meus princípios? Como me deixei corroer por esta magnitude de maldade, de uma pessoa sem escrúpulos, sem amor, compaixão, respeito, companheirismo ou ate mesmo humanidade?
Como caí na armadilha mais velha do mundo e me senti suficientemente bem para lá continuar?
Que me aconteceu? Para onde foi tudo aquilo que sempre defendi e idealizei para mim?
Sou uma menina que perdi o rumo, que me deixei de parte, que esqueci os sonhos, o amor próprio e até de mim mesma!
Desculpa princesa por ter guardado numa gaveta tudo aquilo por que lutamos durante anos, desculpa ter me esquecido de ti ou melhor de nós por um amor fundado em inúmeras mentiras.
Desculpa ter te tirado o melhor que podias ter vivido por alguém que nada mais te mostrou do que sofrimento. Desculpa criança de 9 anos por ter esquecido a promessa e não ter lutado pelos meus sonhos por alguém que me rebaixou e me matou. Desculpa meu amor, por te por de parte por um amor que nada mais foi que desilusão.
Mas lembra te e faz me lembrar que todo o sofrimento é apagado com a força de nós mesmos e dos nossos amigos. Recorda me da força que um dia tive e eleva-me outra vez ao meu altar. Princesa volta e traz contigo tudo aquilo que um dia fomos. Faz me voltar a ser a águia com todos aqueles sonhos e vamos respirar de alívio. 
Mais uma vez desculpa EU por deixar de ser EU.