domingo, 26 de maio de 2013

Sentimento

"E que a força do medo que tenho, não me impeça de ver o que anseio."- Fernando Pessoa 

Quando o medo nos toca no nosso mais intimo pensamento, quando a solidão é a nossa melhor amiga, quando a desilusão nos aparece como uma criança, tudo pelo qual nós mais esperamos é espelhado pelo chão como um vidro quebrado que não tem mais arranjo.
A dor pode ser sentida como uma onda de imenso calor que nos corrói e nos torna num ser humano sem reflexos, num ser que baixa as armas e se sente derrotado pelo silêncio da escuridão. Quando tudo não tem mais solução, quando tudo está no seu maior tumulto, entendemos que o único ser ao qual devemos agradecimento é a nós mesmos, por nos resguardarmos e sermos o nosso maior guarda e amigo.
Quando tudo se torna um jogo perdido tentamos arranjar forças, as quais nem nós mesmos temos o conhecimento de as ter adquirido, contudo de mansinho elas aparecem.
Quando a noite e solidão nos abraçam tudo parece calmo e ameno mas aí aparecem as lembranças de felicidade e amor que alguém corrompeu.
Se o medo nos transforma num ser amargo e moribundo só a nós nos resta lutar para que a desilusão da vida seja esquecida e seguir em frente por um caminho desconhecido.

Se as pedras nos nossos caminhos forem imensas devemos guardá-las, um dia poderão ser precisas para construir um forte a nossa volta. Talvez assim ninguém nos possa voltar a criar o sentimento de medo e desilusão dentro de nós.

Sem comentários: