quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O vulto

Sentada na rocha eu chorava, olhava o mar com sossego, sentia o vento na cara, tocava o céu com a palma da mão.
Um vulto apareceu e ficou a meu lado. Olhava para mim com os olhos negros e com a face cheia de cristais brilhantes.
Não falei nem por um momento, eu necessitava daquela calma do mar, daquela felicidade do ar.
Várias horas se passaram quando de repente o vulto se voltou e disse: “Eu sou o teu interior, os meus olhos são o teu coração, os meus cristais as tuas lágrimas e o meu corpo negro que se parte em cada segundo que passa é a tua alma!”
Olhei-o com espanto e permaneci calada, mais tarde me disse que se eu não fosse feliz me tornaria no pesadelo de um ser frio, porém se eu lutasse com força eu seria uma deusa com um brilho equiparado ao do sol.
Continuei calada, não existia forças para falar nem para lutar e de repente o vulto desapareceu e eu com o sono deixei-me cair até as profundezas do mar,

Deusa que se mostrou e que voou para sempre

Um dia eu vi-a, há muito tempo atrás ela apareceu a minha frente. Vinha esplêndida, toda vestida de branco, com um sorriso que pairava no ar como uma pomba.
Não falou(eu também não), fiquei a contempla-la, parecia uma Deusa. Queria que ela ficasse para todo o sempre, trazia-me paz a mente, já tinha saudade desse sentimento que há muito não sentia.
Porém, num segundo fechou o sorriso e foi-se. Desapareceu para todo o sempre.
Sinto saudade dessa calma, dessa paixão, desse amor que me trazia o que voou.
Ir embora não me magoou mas ir para sempre não mais me acalmou.
A dor ficou, o sono veio e eu só queria que ela voltasse nem que fosse só mais uma vez, pois tenho saudade de ser livre, de voar, de sorrir, de sentir, de me amar e de ser mais uma única vez feliz.